Uma visão histórica da relação entre os mitos e a ciência: da Grécia arcaica ao Século XIX

Autores

  • D. Gomes UniFOA – Centro Universitário de Volta Redonda
  • T. Philippe UniFOA – Centro Universitário de Volta Redonda
  • E. Nogueira UniFOA – Centro Universitário de Volta Redonda

Palavras-chave:

mitologia Grega, método científico, Devir, Sócrates, Platão, Nietzsche

Resumo

Hesíodo, poeta e escritor grego, do século VIII A.C., descreve a genealogia dos deuses em sua obra Teogonia, e mostra a relação dos homens com a natureza dos deuses, onde se insere o mito dos heróis. Homero, historiador contemporâneo de Hesíodo, escreve os épicos, Ilíada e Odisséia, relacionados com a guerra de Tróia, que teria ocorrido no século XII A.C.. Homero apresenta de forma mais detalhada a relação entre os deuses, os homens e os heróis da Grécia Arcaica. Estas relações, esta forma de ver o mundo, diferente do nosso modo atual de ver e de apreender o mesmo, é fruto da noção de que tudo está em constante transformação, oriundo do denominado devir Heráclitiano, e preconiza que o tempo nunca começou e que nunca vai acabar (o tempo alimenta a si mesmo!). De fato, o grego arcaico, e pré-socrático, não concebe o conceito de verdade e tem um desconhecimento, natural, de como a vida é, e não carrega consigo o sonho de dominar e controlar a natureza, atributo dos deuses, apesar de ter uma ligação muito forte com a mesma através das artes, da guerra e do próprio corpo. Para o grego antigo, o mito apresenta-se como uma necessidade de entender e representar o mundo em que vive. Sócrates, Platão e Aristóteles eliminam o processo extremamente rico do devir, onde a vida ainda se encontra presente no pensamento. Este novo sistema introduz o conceito de que o mundo pode ser apreendido através da interpretação racional, ou seja, através unicamente do pensamento. Esta maneira de enxergar as relações do homem com o mundo abre as portas para a pretensão de dominar e controlar os fenômenos naturais, possibilitando a criação, através de renascentistas, como Copérnico, René Descarte, Galileu Galilei e Isaac Newton, do método científico. Método que tem uma influência e repercussão poderosa na sociedade moderna e contemporânea. Trata-se, evidentemente, de um novo paradigma, uma nova forma de pensar, mas não única. Este racionalismo, esta forma de entender o mundo é criticada de forma veemente pelo filósofo alemão, Nietzsche, que viveu entre 1844 e 1900. Para Nietzsche, o racionalismo, este novo paradigma, este novo modo de “pensar” o mundo, que suprime a necessidade do mito, possibilitou ao homem criar uma imagem muito superior de si mesmo, e este “Modelo de Homem” não existe, e nunca existirá.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Downloads

Publicado

14-08-2018

Como Citar

GOMES, D.; PHILIPPE, T.; NOGUEIRA, E. Uma visão histórica da relação entre os mitos e a ciência: da Grécia arcaica ao Século XIX. Cadernos UniFOA, Volta Redonda, v. 5, n. 1esp, p. 14, 2018. Disponível em: https://revistas.unifoa.edu.br/cadernos/article/view/2388. Acesso em: 20 abr. 2024.

Artigos Semelhantes

1 2 3 4 5 6 7 8 9 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)

1 2 > >>