Artigo de Atualização

Acadêmicos de medicina e o impacto do serviço de apoio psicológico

Medical students and the impact of the psychological support service

Los estudiantes de medicina y el impacto del servicio de apoyo psicológico


Tatiane Muniz Barbosa1 e-mail orcid Lattes

Brenda Cristina Albino2 orcid Lattes

Luana Zytkoski Zanon3 orcid Lattes

Tassiane Thaisi Thiesen4 orcid Lattes

Filiação dos autores:

1 [Docente no Centro Universitário para o Desenvolvimento do Alto Vale do Itajaí, UNIDAVI, Rio do Sul, SC, Brasil];

2, 3, 4 [Graduandas, Medicina, Centro Universitário para o Desenvolvimento do Alto Vale do Itajaí, UNIDAVI, Rio do Sul, SC, Brasil].

Editor-chefe responsável pelo artigo: Alexandre Martins Valença

Contribuição dos autores segundo a Taxonomia CRediT: Barbosa TM [1,2,6,7,10,11,12,14], Albino BC, Zanon LZ, Thiesen TT [1,2,3,5,6,7, 12,13,14]

Conflito de interesses: declaram não haver

Fonte de financiamento: declaram não haver

Parecer CEP: UNIDAVI (Fundação Universidade para o Desenvolvimento do Alto Vale) - Número do Parecer: 5.778.017

Recebido em: 11/04/2024
Aprovado em: 24/04/2024
Publicado em: 07/05/2024

Como citar: Barbosa TM, Albino BC, Zanon LZ, Thiesen TT. Acadêmicos de medicina e o impacto do serviço de apoio psicológico. Debates em Psiquiatria, Rio de Janeiro. 2024;14:1-21. https://doi.org/10.25118/2763-9037.2024.v14.1149

Resumo

Introdução: A saúde compreendida por meio de um conceito ampliado contempla diferentes dimensões, dentre essas a saúde mental. Como a rotina dos estudantes de Medicina tende a ser marcada por estresse, ansiedade e outros sofrimentos emocionais, as escolas médicas oferecem serviço de apoio psicológico para assistir a saúde mental. Objetivo: Avaliar as percepções dos acadêmicos de medicina a respeito do serviço de apoio psicológico em uma Instituição de Ensino Superior do Sul do Brasil. Método: A pesquisa, quanti e qualitativa, deu-se pela aprovação do CEP, com aplicação de questionário para acadêmicos da 1ª a 8ª fase de um curso de medicina. Os dados foram organizados e tratados por meio de análise de conteúdo. Resultados: A maioria dos estudantes é do sexo feminino, jovens e solteiros. Entendem a saúde mental como um bom estado psicológico, sendo que boas relações interpessoais têm impactos positivos, enquanto a sobrecarga nos estudos impacta negativamente. Dentre os que fizeram o uso do apoio psicológico, os principais motivos são dificuldades na vida acadêmica e relações pessoais. Não possuíam dificuldades de obter informações a respeito do serviço e se sentiram compreendidos. Porém, destacaram como obstáculos a fila de espera, a dificuldade na manutenção do atendimento e a falta de vínculo. Conclusão: A avaliação dos acadêmicos acerca do serviço de apoio psicológico foi positiva, mas levantam demandas para simplificação das etapas de acesso, o atendimento para além dos aspectos da vida acadêmica e o desenvolvimento de feedbacks que aumentem a satisfação dos resultados obtidos.

Palavras-chave: estudantes de medicina, saúde mental, sistemas de apoio psicossocial.

Abstract

Introduction: Health is currently understood as an expanded concept that encompasses different dimensions, including mental health. As the routine of medical students tends to be marked by stress, anxiety and other emotional suffering, medical schools offer psychological support services. Objective: To evaluate the perceptions of medical students regarding the psychological support service at a Higher Education Institution in Southern Brazil. Method: The research, quantitative and qualitative, took place with approval from the CEP and application of a questionnaire to students in the 1st to 8th phase of a medical course. The data was organized and processed using content analysis. Results: The majority of students are female, young and single. They understand mental health as a good psychological state and good interpersonal relationships have positive impacts, while studying overload has a negative impact. Among those who used the service, the main reasons were difficulties in academic life and personal relationships. They had no difficulties in obtaining information about the service and felt understood, however, they highlighted the waiting list, maintenance of service and the lack of connection as obstacles. Conclusion: The opinions affirm the permanence of the psychological support service, and raise demands for simplification of access steps, optimization of care and improvements in the results obtained and in the dissemination of the service.

Keywords: medical students, mental health, psychosocial support systems.

Resumen

Introducción: Actualmente la salud es entendida como un concepto ampliado que abarca diferentes dimensiones, entre ellas la salud mental. Como la rutina de los estudiantes de medicina tiende a estar marcada por el estrés, la ansiedad y otros sufrimientos emocionales, las facultades de medicina ofrecen servicios de apoyo psicológico. Objetivo: Evaluar las percepciones de estudiantes de medicina sobre el servicio de apoyo psicológico en una Institución de Educación Superior del Sur de Brasil. Método: La investigación, cuantitativa y cualitativa, se realizó con la aprobación del CEP y la aplicación de un cuestionario a estudiantes de la 1.ª a 8.ª fase de una carrera de medicina. Los datos fueron organizados y procesados mediante análisis de contenido. Resultados: La mayoría de los estudiantes son mujeres, jóvenes y solteros. Entienden la salud mental como un buen estado psicológico y las buenas relaciones interpersonales tienen impactos positivos, mientras que la sobrecarga de estudio tiene un impacto negativo. Entre quienes utilizaron el servicio, los principales motivos fueron dificultades en la vida académica y en las relaciones personales. No tuvieron dificultades para obtener información sobre el servicio y se sintieron comprendidos, sin embargo, destacaron como obstáculos la lista de espera, el mantenimiento del servicio y la falta de conexión. Conclusión: Los dictámenes afirman la permanencia del servicio de apoyo psicológico, y plantean demandas de simplificación de los trámites de acceso, optimización de la atención y mejoras en los resultados obtenidos y en la difusión del servicio.

Palabras clave: estudiantes de medicina, salud mental, sistemas de apoyo psicosocial.

Introdução

O conceito de saúde sofre alterações em decorrência da realidade social de determinado momento e das necessidades da população. Na atualidade, compreende-se a saúde em seu conceito ampliado, valorizando questões sociais, biológicas, psíquicas, econômicas, culturais e singulares de cada sujeito.[1]

O conhecimento a respeito do processo saúde-doença traz alicerces para diversos campos da saúde, como a psiquiatria e a psicologia. Por conta disso, fortalece-se a dimensão da saúde mental.[2] Não obstante, estudos indicam que o bem-estar geral de médicos influi na capacidade de garantir uma relação produtiva com os pacientes e beneficiar as interações com colegas e a motivação com o trabalho. Desse modo, há necessidade de aperfeiçoar a formação profissional com ênfase na qualidade de vida do estudante para, assim, garantir uma oferta de saúde mais positiva do futuro profissional.[3]

De acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais de Graduação em Medicina[4], o graduando deve ter uma formação generalista, humanista, crítica, reflexiva e ética, sabendo identificar e solucionar as necessidades das pessoas sob seus cuidados. Para tanto, necessitam de uma jornada intensa, com carga teórica e prática considerável, voltada ao cuidado integral do paciente.

Espera-se que essas competências sejam desenvolvidas em seis anos, fazendo com que o curso de medicina tenha uma das maiores cargas horárias entre todos os cursos de ensino superior. Devido a essa rotina dos graduandos de medicina, observa-se que esses alunos apresentam níveis mais elevados de ansiedade e estresse, se comparados aos alunos de outros cursos.[5]

Estudos sinalizam que a pior percepção sobre o ambiente de ensino entre os estudantes de Medicina, principalmente das fases mais avançadas do curso, deve-se à ausência de sistemas de suporte ao estudante, ao cansaço diante das demandas acadêmicas e à ausência de feedback adequado dos professores. Entre os estudantes do internato, esse resultado ainda pode estar relacionado ao estresse inerente ao processo de seleção altamente competitivo para uma vaga de residência médica. [6]

Em pesquisa realizada em Pernambuco, observaram-se altos níveis de estresse, má qualidade de sono e um grande número de alunos de Medicina suspeitos de possuir transtornos mentais, principalmente ansiedade e depressão.[7]

Diante desse cenário, cada vez mais as escolas médicas têm oferecido serviços de apoio psicológico. Entretanto ainda são poucas as publicações acerca da temática, levando em conta a quantidade de cursos de graduação em Medicina no Brasil, e os serviços de apoio psicológico enfrentam desafios para sua legitimação.[8 - 10]

Nesse sentido, considera-se que o serviço de apoio psicológico oferecido pelas escolas médicas pode ser constantemente melhorado, a fim de garantir um suporte resolutivo e de impactar positivamente na formação e no exercício da profissão. Assim, a presente pesquisa teve como objetivo avaliar as percepções dos acadêmicos de medicina a respeito do serviço de apoio psicológico em uma Instituição de Ensino Superior do sul do Brasil.

Método

A pesquisa se caracterizou por abordagem quantitativa e qualitativa, em um curso de Medicina que tem como sustentação pedagógica as metodologias ativas, de uma Instituição de Ensino Superior situada em um município da Região Sul do Brasil, com o IDH estimado em 0,802.[11]

No momento da coleta dos dados, o referido curso contava com 264 acadêmicos matriculados e frequentando as atividades letivas da 1ª a 8ª fase. Com base nos critérios de inclusão (estudantes da 1ª a 8ª fase, maiores de 18 anos, que aceitaram livremente participar da pesquisa, regularmente matriculados e frequentando as atividades do curso durante a coleta de dados) compuseram a amostra deste estudo 179 estudantes, com nível de confiança de 98%.

A coleta de dados foi iniciada após aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa com seres humanos, parecer consubstanciado nº 5.778.017, conforme a Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde.[12]

Os dados foram coletados após o aceite via Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), que respeitava a autonomia dos participantes, o sigilo das informações e a descrição dos procedimentos empregados na pesquisa. Além disso, a fim de validar o instrumento de coleta de dados, aplicou-se um pré-teste com estudantes da 9ª fase do curso (que não fazia parte da amostra deste estudo).

O questionário, com perguntas abertas e fechadas, foi aplicado individualmente, via Google Forms, durante atividade letiva dos estudantes, com auxílio da coordenação e dos professores de curso que oportunizaram tempo para aplicação da pesquisa.

O questionário consistia em duas etapas, sendo que a primeira (perguntas 1 a 14) foi respondida por todos os participantes. A segunda etapa do questionário foi direcionada para duas seções distintas: uma para os acadêmicos que não fizeram uso do Serviço de Psicologia do Curso de Medicina da referida universidade (com apenas 1 pergunta) e outra para os acadêmicos que já fizeram/fazem uso (com 8 perguntas). Ambas as etapas e seções do questionário foram analisadas e fizeram parte dos resultados.

A organização do banco de dados quantitativos foi feita por meio de planilha no programa Microsoft Excel, com apuração de frequências, tanto em termos absolutos quanto em percentuais. Na sequência foi realizada análise de conteúdo de Bardin,[13] dos dados qualitativos, conforme as três fases: pré-análise, exploração do material e tratamento dos resultados, inferência e interpretação.

A organização dos dados qualitativos, na fase de pré-análise, deu-se com o contato inicial, a leitura flutuante e a demarcação dos dados coletados e a elaboração de indicadores de análise.

A fase de exploração do material consistiu na identificação das unidades de registro (dados textuais significativos e frequentes), que foram compreendidos a partir das hipóteses, objetivos e referenciais teóricos da pesquisa. Ou seja, fez-se a descrição analítica do “corpus” com a codificação, classificação e categorização dos resultados.

Foram elaboradas, a partir dos elementos textuais coletados, quatro categorias de análise. Essas categorias foram interpretadas na 3ª fase da análise de conteúdo, quando houve o destaque das informações para a análise e as interpretações inferenciais e reflexivas por parte das pesquisadoras.

Resultados e discussão

A apresentação e discussão dos resultados se organiza com base no perfil dos participantes e nas quatro (4) categorias construídas a posteriori, ou seja, a partir dos dados: entendimento de saúde mental, fatores relacionados à saúde mental, serviço de apoio psicológico e a relação com o serviço de apoio.

Em relação ao perfil dos sujeitos da pesquisa, participaram do estudo 179 acadêmicos da 1ª à 8ª fase do curso. A participação de acordo com as fases do curso foi bem distribuída, com uma média de 22,3 respostas por turma, sendo que cada fase conta aproximadamente com 30 estudantes. A pesquisa demonstrou que 82,7% dos estudantes têm idades entre 18 e 23 anos. Dados semelhantes a outras pesquisas, que revelam que a maioria dos estudantes de Medicina tem entre 20 e 24 anos.[14, 15]

Em relação ao gênero, 70,9% da amostra é feminina. Por muitos anos os estudantes do curso de Medicina possuíam um perfil predominantemente masculino. Entretanto, após a década de 1970, constata-se um aumento considerável do ingresso do público feminino nas escolas médicas. [15 - 17]

No que se refere ao estado civil dos participantes, 49,7% eram solteiros e 43,6% marcaram a opção namorando. Apenas 5,6% afirmam estar casados e isso pode decorrer em função dos participantes serem, a maioria, adolescentes ou jovens.[18]

Além disso, 29,6% dos acadêmicos relataram que moravam sozinhos e o restante (71,4%) com outras pessoas, sendo que a maior parte mora com membros da família com quem têm laços consanguíneos (50,8%). Verifica-se que esse contexto também é característico em um estudo realizado na Região Nordeste, que constatou que 55,1% dos acadêmicos moram com seus familiares.[19]

Entendimento de saúde mental

Sobre o entendimento de saúde mental, os participantes da pesquisa se referem a um bom estado psicológico, equilíbrio geral e autocontrole emocional. Como se observa a seguir:

“Bem-estar frente às diferentes situações do cotidiano.”

“Tudo aquilo que está ligado aos processos saudáveis das nossas capacidades psíquicas, de maneira a influenciar positivamente nas atividades diárias, como no trabalho e nos relacionamentos interpessoais.”

“Bem-estar e equilíbrio em relação à vida, às atividades rotineiras e relacionamentos.”

“Estar bem consigo mesmo, enfrentar as adversidades com calma, clareza. Ter controle das suas emoções, não se cobrar tanto. Ter momentos de qualidade de lazer sem se cobrar por não estar fazendo outra coisa. Manter a mente saudável.”

“Ser coerente, ponderado, reflexivo, compreensivo, alegre e com capacidade de aprender, de saber se impor quando necessário e mediar situações conflitantes com passividade e sensatez.”

As falas dos estudantes vão ao encontro do que a Organização Mundial da Saúde (OMS) assume como saúde mental, que se caracteriza como estado de bem-estar, ser capaz de usar suas próprias habilidades, ser produtivo, contribuir com a comunidade e lidar com rotinas estressoras.[20] Nessa acepção, a saúde mental implica muito mais do que ausência de doenças.

Os estudantes também referem aspectos relacionados a estar bem consigo mesmo e com os demais.

“Estado que eu estaria bem comigo mesmo, não no sentido apenas físico (cansado ou não...), mas puxando mais pro lado social/emocional.”

“Estar bem consigo mesmo, conseguindo ver o lado bom das coisas, sendo positivo e mantendo boas relações com amigos e familiares.”

“Ter paz de espírito, calma e estar apto para realizar as atividades cotidianas.”

Ao destacar as relações intra e interpessoais como parte da saúde mental, demonstram que as relações interpessoais têm importância. Relacionar-se com os outros (amigos, colegas, familiares), que são fonte de apoio social e de construção da identidade, auxilia diante das dificuldades da vida universitária e impacta positivamente na saúde mental, quando estas relações são bem manejadas e cultivadas.[21]

Referem ainda o bem-estar psicológico, físico e biológico como parte do entendimento de saúde mental.

“Saúde mental é o bem-estar psicológico, no qual, pode afetar também a saúde física.”

“Estar lúcido e livre de transtornos.”

Ao indicarem esses aspectos biológicos e físicos interligados aos aspectos psicológicos, os participantes da pesquisa aparentam ir ao encontro do conceito ampliado e entendem a saúde mental na ótica da integralidade.[20] Pois não se limitaram a perceber a saúde mental como ausência de doença. O possível entendimento mais abrangente pode ser devido à própria imersão no curso, que é da área da saúde.

Ao detalhar autocuidado, grande parte dos acadêmicos o conceituam como amor-próprio e autoconhecimento. Desse modo, parecem se responsabilizar pelo processo de autoconhecimento e autocuidado, como indicam as falas:

“Cuidar de si e da sua mente.”

“Capacidade de investir energia e disposição consigo mesmo.”

“A forma com que cuidamos de nós mesmos, buscando melhorar nossa qualidade de vida e bem-estar.”

“O cuidar de si mesmo. Tomar decisões e fazer o que vá trazer um bem-estar para você, visando uma boa saúde física e mental.”

“Ter um bom autoconhecimento e usar essa ferramenta para crescimento pessoal.”

“Se alimentar bem, muito exercício físico, bom sono, fazer algo que te leve para frente, crescimento social e financeiro.”

“Buscar ajuda quando necessário, saber identificar meus limites e respeitá-los e conviver com quem me quer bem.”

Diante disso, pontua-se o quanto é primordial que os estudantes identifiquem seus desejos, satisfaçam suas necessidades e aprendam a lidar de forma adequada com o ambiente e as pessoas que os cercam. Para que assim possam assumir o controle sobre a sua saúde, em busca de bem-estar e qualidade de vida.[22] Sobretudo, ao se considerar que a teoria do autocuidado define que os seres humanos devem cuidar de si, caso haja capacidade, e que a saúde mental está inserida no autocuidado integral.[23]

Fatores relacionados à saúde mental

Dentre os fatores positivos relacionados à saúde mental, 35,2% dos acadêmicos consideraram “boa relação com família e amigos” e 20,1% “boa qualidade/quantidade de sono” como fatores mais relevantes. Destaca-se que boas relações interpessoais influenciam em uma melhor construção pessoal e auxiliam no desempenho acadêmico.[24]

Enquanto o sono detém uma relevância expressiva para a saúde, e a sua privação pode deixar o indivíduo irritado, ansioso ou deprimido, gerando problemas de relacionamento. Ainda, o sono de qualidade influencia em aspectos que possibilitam maior inteligência emocional e melhora na cognição, sendo que estes são requisitos relevantes para a vida universitária.[25]

Em relação ao autocuidado, enquanto fator relacionado à saúde mental, os estudantes compreendem que as opções que mais contribuem são: “ter momentos de lazer” (78,2%), “praticar exercícios físicos” (74,3%), “passar tempo com pessoas que gosta” (74,3%) e “fazer terapia” (53,1%).

Atividades de autocuidado potencializam maiores oportunidades de aprendizado e crescimento pessoal, além de maior capacidade para resolução de problemas em momentos inoportunos.[26] É evidente o entrelaçamento do autocuidado com a melhora da saúde mental dos estudantes, posto que os dados da pesquisa também fortaleceram ideias que defendem a importância da terapia para preservar a saúde mental e melhorar a qualidade das atividades realizadas diariamente.[27]

Sobre os fatores negativos associados à saúde mental, 44,1% consideraram a “sobrecarga de trabalho/estudos” e 24,6% a “relação com família e/ou amigos insatisfatória”. Sabe-se que o excesso de atividades e a sobrecarga de estudos, geram estresse e insatisfação e/ou outras emoções negativas, além de queda no desempenho das atividades realizadas.[28]

O excesso de atividades acadêmicas também pode ser fator impeditivo para que os estudantes tenham momentos dedicados aos fatores que consideram contributivos para a saúde mental, como as relações interpessoais e o sono de qualidade.

Sobretudo, porque na percepção dos estudantes pesquisados as “boas relações” aparecem como fator protetivo e as “relações insatisfatórias” como fator negativo para a saúde mental. O que implica num ciclo vicioso que pode gerar mais estresse e piora da saúde mental. Nesse sentido, a rede de apoio funcional ocupa interessante suporte à saúde, à medida que estudos revelam que pessoas que têm uma rede de apoio possuem menor risco de desenvolverem transtornos mentais.[7, 29]

Serviço de apoio psicológico

Sobre a necessidade da busca pelo apoio psicológico, a maioria dos acadêmicos busca “sempre se faz necessário” (60,3%), enquanto 23,5% optaram por “apenas quando existe algum conflito no decorrer da vida”. Dos 179 estudantes que participaram da pesquisa, 78,8% nunca fizeram uso do serviço de apoio psicológico oferecido pela escola médica. Dentre os motivos que levaram a essa opção, 45,7% acreditam que não têm necessidade e 14,3% já faziam atendimento fora da instituição. Entretanto, ressalta-se a opção “timidez” com 19,3% das respostas.

Apesar de a maioria dos estudantes que nunca fizeram uso do serviço de apoio psicológico acreditarem que não era necessária a busca pelo mesmo, é possível que estes estudantes estejam buscando outras formas de cuidado, por meio de atividades e relações citadas como fatores positivos à saúde mental.

Há de se pensar que, quando um indivíduo passa por conflitos acadêmicos ou pessoais, não é uma regra universal a busca direta por apoio psicológico com um profissional ou uma instituição. Porém, estudos apontam que não buscar apoio psicológico em momentos de crise (mesmo diante de uma crise vital) ou de situações desafiadoras é um dos fatores de risco para maior sobrecarga mental e estresse.[30, 31]

Do grupo de estudantes que já fizeram uso do serviço (21,2%), ao referir as motivações para essa busca, a maioria pontua “dificuldades com a vida acadêmica” (54,1%), “relações/crises pessoais” (48,6%) e “dificuldades/crises nas relações familiares” (32,4%).

Para maioria dos estudantes a graduação chega em um período de transição para a vida adulta. Portanto, soma-se com a chegada de novas necessidades e competências, como morar sozinho, distanciamento da cidade de origem, viver longe da família e amigos, administrar um lar, falta de tempo, dependência econômica, entre outros fatores que influenciam no desenvolvimento psicossocial.[32]

Além disso, o ensino médico exige uma série de adaptações que podem gerar adversidades no desempenho psíquico, como a transição entre ensino tradicional e metodologias ativas, os primeiros anos do ensino superior ou o início do internato.[33 - 36]

Por outro lado, apesar de as questões ocupacionais terem peso, muitos dos acadêmicos também possuem questões relacionadas com a história de vida, antecedentes pessoais e familiares e aspectos da personalidade que podem ser mais expressivos na gênese do adoecimento mental ou de transtornos.[37]

Portanto, como o conceito de saúde mental é amplo, são muitos os aspectos que influenciam diretamente sobre ele, sendo difícil manter completamente esse bem-estar mental, sobretudo, para estudantes do curso de medicina que vivem uma rotina com estresse crônico.[7, 20, 38, 39]

Nesse sentido, é fundamental que se compreenda o processo saúde doença enquanto fenômeno complexo e determinado pelo modo dinâmico e concreto da vida das pessoas.[20] E assim o Serviço de Apoio Psicológico, pode lançar mão de ações de cuidado em saúde que oportunizem a promoção e educação em saúde e a prevenção de doenças, favorecendo um ambiente mais saudável mesmo diante das vulnerabilidades humanas.[40]

A relação com o serviço de apoio

A respeito do acesso ao serviço de apoio psicológico, 89,2% afirmam que não tiveram dificuldade em obter informações sobre a utilização do serviço e 64,9% consideraram que as etapas para utilização não foram dificultadas. Ainda, a maioria (75,7%) dos acadêmicos se sentiu compreendida ou ouvida pelo profissional durante o atendimento. Os resultados a respeito das informações sobre o serviço podem ser fruto da efetiva divulgação do programa nas primeiras fases da graduação e do acolhimento da universidade quando os acadêmicos buscam por ajuda.[41]

Apesar de a maior parte dos estudantes expressarem uma experiência satisfatória, houve uma parcela que referiu dificuldades. Dentre essas dificuldades, 5,4% afirmam que não receberam atenção ou que não foram compreendidos pelos profissionais. Destacam em suas falas o modelo de triagem, a falta de prioridade para momentos de crise, a não formação de vínculo e não poder abordar assuntos fora do meio acadêmico.

“Dificuldade em marcar consultas; dificuldade em manter vínculo.”

“As consultas são “filtradas” e não abrem oportunidade para abordar outros assuntos fora da instituição, mesmo que esse seja algo extremamente impactante no momento que procurou ajuda.”

“Não vi sentido em passar por uma “triagem” com uma profissional que não era psicóloga e depois ter que fazer a mesma coisa com a psicóloga.”

“Tive que passar por uma espécie de "triagem" para ter acesso ao (...)*, que sinceramente fez eu desistir de continuar a buscar ajuda na universidade, principalmente por ser induzida a contar meus principais traumas para uma pessoa que eu nem sei se tinha formação para lidar com saúde mental.” [*refere-se ao serviço]

Verifica-se que as dificuldades elencadas têm relação com modelo tradicional em saúde e seu alicerce na cura de doenças. Nesse tipo de sistema, a ação do serviço de psicologia só ganha forma quando a demanda se apresenta à porta, havendo pouca ou nenhuma atividade de prevenção e promoção de qualidade de vida.[42]

Essa problemática, somada com a alta prevalência de transtornos mentais e com as particularidades da graduação e da vida moderna, pode acarretar demanda reprimida, filas de espera, falta de prioridade e dificuldade no estabelecimento de vínculo.[10, 19]

A resolutividade do serviço exige que processos de triagem sejam realizados de modo eficiente, auxiliando na identificação do nível do sofrimento, dos indicadores de risco e de características individuais relacionadas ao adoecimento, contribuindo com o planejamento dos cuidados do paciente.[43] Concomitante a isso, o bom atendimento está diretamente relacionado ao treinamento e ao investimento nas equipes de atendimento.[44] O que pode não ser o caso, visto que os acadêmicos não se sentiram vinculados ao serviço e ficaram desconfortáveis com essa etapa.

Além disso, uma queixa que foi abordada pelos sujeitos da pesquisa trata da pouca abertura para temas não relacionados à vida acadêmica. Fato esse que pode ser abordado e discutido institucionalmente, visto que as vertentes pessoais do estudante permeiam a vivência acadêmica e também são pautas importantes no desempenho e na saúde.[10]

Ao pontuar as expectativas sobre o atendimento, 67,5% dos estudantes consideraram que foram supridas, observando melhoras no rendimento acadêmico (24,3%) e nas relações pessoais (24,3%). Portanto, o auxílio psicológico é uma estratégia efetiva de enfrentamento e fornecimento de recursos frente às adversidades e dificuldades trazidas pelo curso, restaurando o cotidiano estudantil.[45]

Além disso, o indicativo de que as melhorias no rendimento acadêmico são semelhantes aos avanços nas relações pessoais, podem reforçar a ideia de que o serviço deve permitir a abordagem de pautas voltadas para todos os âmbitos da vida do estudante. Isso pode ser corroborado pelo Modelo de Desenvolvimento do Estudante de Medicina (2017), que traz a ideia ecológica de que o desenvolvimento do estudante é um processo permeado por valores e ideias da sociedade, comunidade e da família, em determinados contextos históricos e de tempo.[46]

Em relação a possíveis melhorias para o serviço de apoio psicológico, 45,9% indicam a redução da fila de espera e 24,3% dos acadêmicos sugerem a simplificação do processo de acesso ao serviço. Ou seja, mesmo num cenário positivo do serviço de apoio psicológico, é essencial que esse seja constantemente aperfeiçoado. No sentido de reavaliar as ações prestadas, questionar as causas, refletir sobre o currículo, estrutura e cultura médicas, aproximando e fortalecendo a rede de apoio dos estudantes.[8 - 10] Em consonância aos movimentos recentes da Associação Brasileira de Educação Médica (ABEM) e do Conselho Federal de Medicina (CFM).

Vale ainda ressaltar que o estudo tem limitações e dentre essas se elenca o fato de somente estudantes terem sido sujeitos participantes da pesquisa. Entretanto, a resolutividade de um serviço de apoio psicológico depende, também, de outros atores (professores, matriz curricular, estrutura e recursos institucionais, etc.). Acredita-se ainda, que tabus e estigmas relacionados à saúde mental e/ou apoio psicológico, que não foram objeto deste estudo, podem influenciar na percepção dos estudantes sobre o impacto do serviço de apoio psicológico.

Conclusão

A avaliação dos acadêmicos acerca do serviço de apoio psicológico foi, em maior parte, positiva, destacando o acesso, além dos atendimentos proporcionarem um auxílio para a resolução das demandas levantadas. Não obstante, o serviço pode ser otimizado, com a simplificação das etapas de acesso, o atendimento para além dos aspectos da vida acadêmica e o desenvolvimento de feedbacks que aumentem a satisfação dos resultados obtidos. Também é pertinente a realização de melhorias na divulgação do serviço, proporcionando maior aproximação aos acadêmicos que não buscam por ele.

Referências

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