Análise epidemiológica sobre o aumento de casos de sífilis congênita no território brasileiro

Autores

  • Bernado Caetano Novaes
  • Kelly Coimbra
  • Cristiano Mayer
  • Maria Victória
  • Daniela de Paula
  • Vitor Grudka Campbell
  • Vitor Vieira Lima
  • Elder Machado

DOI:

https://doi.org/10.47385/interfaces..4475.1.2022

Palavras-chave:

Sífilis congênita, Transmissão vertical de doenças infecciosas, Monitoramento Epidemiológico

Resumo

A sífilis congênita (SC) é uma infecção causada pela bactéria Treponema pallidum e é transmitida da mãe para o feto, principalmente por via transplacentária, que ocorre quando a mãe com diagnóstico não trata ou não realiza o tratamento de forma adequada. O objetivo desse trabalho é descrever a prevalência e distribuição da sífilis congênita em crianças nas regiões do Brasil, no período de 2012 a 2021, com ênfase nas variáveis faixa etária e regiões, correlacionando-as com as razões multifatoriais que levaram à situação epidemiológica atual. O método utilizado foi um estudo epidemiológico descritivo, retrospectivo e quantitativo sobre casos de sífilis congênita em crianças de 0 a 12 anos nas regiões do Brasil, entre 2012 e 2021, com dados obtidos por meio do Departamento de HIV/Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis da Secretaria de Vigilância em Saúde. A análise das variáveis foi realizada baseada nesses percentuais, com embasamento através da literatura publicada entre 2016 e 2023, obtidas nas plataformas online Scielo, PubMed, Science.gov e Tratado de Pediatria. Observou-se um aumento de aproximadamente 130,09% no número de casos totais, de 2012 a 2021, com maiores números de casos nas regiões Sudeste, Nordeste, Sul, Norte e Centro-Oeste, respectivamente. Esses eventos ocorreram com maior frequência na faixa etária de recém-nascidos com menos de sete dias de vida. Pode-se relacionar as altas taxas de incidência com melhores condições de acesso e atendimento nas unidades de saúde, o que eleva o número de casos, além de falhas no processo assistencial na redução da transmissão vertical e tratamento inadequado da sífilis materna. Conclui-se que houve um aumento considerável nos números de casos de sífilis congênita no Brasil, com maiores valores nas regiões Sudeste, Nordeste e Sul e na faixa etária de recém-nascidos de até sete dias. O alto número de casos de sífilis congênita pode ser explicado pela maior disponibilidade de métodos diagnósticos e pela falta de efetividade na redução da transmissão vertical, além do tratamento inadequado da sífilis materna. No entanto, existe a possibilidade de algumas regiões registrarem poucos casos devido às limitações no acesso e atendimento ao diagnóstico.

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Publicado

2023-05-24

Edição

Seção

Artigo Original