O tabagismo e o risco de recorrência de acidente vascular cerebral: revisão da literatura
DOI:
https://doi.org/10.47385/interfaces..4494.2.2023Palavras-chave:
Acidente Vascular Cerebral, Tabagismo, Doenças cardiovasculares, Ataque Isquêmico Transitório, Cessação do tabagismoResumo
O tabagismo está entre as principais causas preveníveis de morte no mundo e a mortalidade geral em fumantes é três vezes maior do que em não fumantes. Aproximadamente um quarto da população mundial é tabagista, sendo que 80% dessa população está em países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento. O tabagismo é um fator de risco independente para o acidente vascular cerebral (AVC), com risco de duas a quatro vezes maior de desenvolver um episódio do que na população não tabagista. A cessação do tabagismo após uma síndrome coronariana aguda (SCA) é associada a um menor risco de recorrência de eventos vasculares e mortalidade. Em pacientes que sofreram um AVC, a relação entre o status tabágico e a recorrência de um novo AVC ainda não está definida. Dessa forma, o objetivo do estudo foi avaliar a associação entre o tabagismo e a recorrência de AVC após um primeiro episódio. Foi realizada uma revisão da literatura a partir de artigos publicados até março de 2023 nas plataformas MEDLINE (PubMed), Cochrane Central Register of Controlled Trials (Cochrane) e Scopus (Elsevier). A manutenção do hábito de tabagismo após um evento inicial de AVC foi associada a um maior risco de desenvolver um segundo episódio de AVC nos três estudos. Os pacientes que se mantiveram tabagistas demonstraram um maior risco para a recorrência do AVC quando comparado aos que nunca fumaram. De forma semelhante aos estudos sobre recorrência em SCA, os pacientes que interromperam o uso de cigarro logo após o evento inicial ou até 6 meses depois, não apresentaram diferença significativa do risco de recorrência comparado aos pacientes que nunca foram tabagistas. O risco de recorrência de AVC é dose dependente, com o risco podendo ser duas vezes maior a partir de 20 cigarros fumados por dia comparado com os não tabagistas. A cessação do tabagismo parece estar relacionada a um menor risco de recorrência de AVC, mostrando-se como uma oportunidade para atuação médica desde o hospital até o acompanhamento futuro do paciente.
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