Estudo comparativo sobre os sintomas depressivos e estresse em hipertensos de duas unidades do programa de saúde da família em Volta Redonda
Resumo
A depressão constitui uma patologia altamente prevalente na população em geral, sobretudo em pacientes que apresentam comorbidades como hipertensão arterial, déficits motores, neurológicos e sobre tudo idosos. De acordo com as atuais diretrizes curriculares para a formação médica generalista que enfatizam a capacitação para a atenção primária a saúde, intervenção e contribuição, realizamos um levantamento, em duas unidades do PSF em Volta Redonda-RJ, da prevalência de depressão e estresse em pacientes com hipertensão arterial, visto que os referidos fatores estão envolvidos com aumento no risco de doenças cardiovasculares de forma comparável ao aumento provocado pela hipertensão arterial e obesidade abdominal, segundo o estudo INTERHEART. (Yusuf et al, 2004) O referido estudo, realizado em 52 países, indicou ainda que a depressão e o estresse aumentaram o risco de Infarto Agudo do Miocárdio em 60% nos pacientes avaliados, sendo que a eliminação de tais fatores poderia reduzir em 33% incidência. Objetivo: Avaliar a prevalência de depressão e estresse em pacientes com HAS em dois PSF de Volta Redonda além de transportar os estudantes ao real contesto onde essa população vive. Métodos: Através de um estudo transversal, foram amostrados 130 pacientes de duas unidades de PSF, (n=70) em nosso campus e (n=60) no Jd. Cidade do Aço. Aplicamos questionários padronizados contendo o Inventário de Depressão de Beck, composto de 21 perguntas referentes a sentimentos como tristeza e desvalia que foram aplicados, através de entrevista, sendo utilizados os escores 9/10; 18/19 e 29/30 para estratificação da sintomatologia depressiva, conforme Beck et al, 1988, propiciando a classificação em depressão leve a moderada, moderada a grave e grave, respectivamente. Para a análise quantitativa de estresse utilizou-se o GHQ-12 (General Health Questionnaire), sendo adotado como critério de caracterização do estresse somatório superior a 4, conforme outros estudos. Resultados: Observou-se depressão em 70% dos pacientes com HAS no PSF de nosso campus. Na estratificação da severidade, 57% apresentou depressão leve à moderada e 13% moderada a grave. A prevalência de estresse foi de 48%, sendo significativamente maior nos pacientes com depressão. Nos pacientes do PSF Jd. Cidade do aço observou-se 41,6% de sintomas depressivos sendo que 38,3% de leve a moderada e 3,3% de moderada a grave e a prevalência de estresse 75%. Conclusões: No PSF de nosso campus foi encontrada elevada prevalência da sintomatologia depressiva e baixa de estresse se comparado com o bairro Jd. Cidade do aço, onde a depressão encontrou uma baixa prevalência, mas em contrapartida o estresse foi muito elevado. A partir desses resultados percebemos então a necessidade da participação interdisciplinar e multiprofissional, visto que depressão e o estresse são reconhecidamente fatores que aumentam o risco de doenças cardiovasculares sobre tudo em pacientes portadores de comorbidades como hipertensão arterial, diabetes e idosos, logo a implantação dos NAFS será de grande valia para o SUS, pois além de melhorar qualidade de vida da população irá reduzir gastos com as comorbidades dessas patologias.
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Sem títuloDOI: https://doi.org/10.47385/cadunifoa.v3i1%20Esp.2768
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