Mortalidade materna na região norte de saúde do estado do Rio de Janeiro
DOI:
https://doi.org/10.47385/cadunifoa.v20.n55.5788Palavras-chave:
Mortalidade materna, Epidemiologia, Saúde da mulherResumo
A mortalidade materna é um desafio global que pode ocorrer durante a gestação ou até 42 dias após o parto, resultando de complicações diretas ou indiretas. Apesar dos esforços, a redução deste índice permanece um desafio, especialmente no Brasil, que ainda não alcançou as metas estabelecidas. O objetivo desta pesquisa foi analisar a epidemiologia da mortalidade materna na Região Norte de Saúde do Estado do Rio de Janeiro, no período de 2019 a 2023. Este estudo adotou uma abordagem quantitativa, descritiva e retrospectiva, analisando dados da região Norte de saúde do estado do Rio de Janeiro de 2019 a 2023, coletados do DATASUS e do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), excluindo mortes acidentais ou incidentais. Os critérios de inclusão consideram mortes maternas durante a gravidez e até 42 dias após o parto, levando em conta variáveis como idade, escolaridade, cor/raça, estado civil, causas obstétricas diretas e indiretas e Razão da Mortalidade Materna (RMM). Os dados foram analisados no Excel para sumarizar as informações, calculando a Razão de Mortalidade Materna e apresentando os resultados em tabelas de frequências absolutas e relativas. Os resultados indicaram que a prevalência de óbitos maternos ocorreu entre mulheres de 20 a 29 anos, de baixa escolaridade e pardas, com destaque para causas obstétricas indiretas e maior concentração de mortes em municípios com menor estrutura de saúde. A pandemia de COVID-19 agravou esse cenário, refletindo variações acentuadas da RMM no período. Tais achados reforçam a necessidade de políticas públicas voltadas à redução das desigualdades e ao fortalecimento da atenção obstétrica regional.
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