INSERÇÃO DA FAMÍLIA NO TRATAMENTO DO DEPENDENTE QUÍMICO

Autores

  • LUIZ ALBERTO TEIXEIRA PIRES DA SILVA Fundação Oswaldo Aranha
  • MÁRCIA FIGUEIRA CANAVEZ FUNDAÇÃO OSWALDO ARANHA
  • MARCOS WILLIAM DA SILVA LACERDA FUNDAÇÃO OSWALDO ARANHA
  • TÁSSIA DIAS OLIVEIRA FUNDAÇÃO OSWALDO ARANHA

DOI:

https://doi.org/10.47385/praxis.v13.n2sup.659

Resumo

Neste trabalho objetivou-se conhecer a percepção dos familiares frente à dependência química. Realizou-se uma pesquisa-ação, qualitativa e descritiva, em um Centro de Atenção Psicossocial para usuários de álcool e drogas (CAPS AD), da cidade de Volta Redonda, estado do Rio de Janeiro, com participação de vinte e quatro familiares. Os dados foram coletados através de grupo focal e os achados foram categorizados em dois temas: Sintomas de Desequilíbrio Familiar e Grupo Familiar como ferramenta no tratamento das relações familiares. Os principais sintomas surgem por meio do sofrimento de pelo menos um dos membros da família, perdem o controle de suas vidas, por não conseguirem colocar limites para si e para o dependente químico. O impacto da doença da dependência química nos familiares é muito intenso, as emoções tornam-se distorcidas e consequentemente a interação entre família e dependente químico se torna destrutiva, por tentar conduzir os pensamentos e o comportamento do outro. Verificou-se que o grupo familiar auxilia na compreensão do que é a dependência química, instrumentaliza para o cuidado e possibilita uma melhoria nas relações familiares. O grupo se constitui em relevante estratégia de cuidado aos familiares de usuários de drogas, apresentando-se como um instrumento a ser utilizado pelo enfermeiro em sua prática cotidiana. Conclui-se que os familiares se inserindo no tratamento do dependente químico torna os resultados mais eficazes, pois, antes de auxilia-los a família busca ajuda, para que assim tenham discernimento ao agir em relação a dependência química.

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Publicado

14-11-2022