ENSINO FARMACÊUTICO E A CONCEPÇÃO DA IMAGEM FÍLMICA DO CIENTISTA QUE DESENVOLVE MEDICAMENTOS EM FILMES DE COMÉDIA NO PÓS-GUERRA

Autores

  • Lêda Glicério Mendonça Instituto federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro - IFRJ e Instituto Oswaldo Cruz - IOC/FIOCRUZ
  • Francisco Romão Ferreira IOC/FIOCRUZ UERJ
  • Lúcia de La Rocque IOC/FIOCRUZ UERJ

DOI:

https://doi.org/10.25119/praxis-8-15-672

Resumo

Este trabalho tem o objetivo de discutir o papel das mulheres envolvidas nas tramas dos filmes “O inventor da mocidade” (1952) e “O professor aloprado” (1963) que foram utilizados como subsídio para um estudo de caso aplicado ao ensino de Deontologia Farmacêutica. Uma questão central deste trabalho é: Por que os experimentos científicos dos enredos nunca ficam nas mãos de uma mulher? Por isso, o fio condutor da discussão será a ponderação acerca da exclusão da mulher no campo científico e acadêmico no pós-guerra, apoiada nos referenciais teóricos das relações de gênero e tecnociência. O que se conclui é que o contexto histórico e cultural explica a forma pela qual as mulheres foram retratadas nas obras. É importante destacar o avanço na participação feminina na Ciência entre um filme e o outro. Entretanto, as situações destacadas nas obras deixam claro que as mulheres retratadas refletem a imagem idealizada da mulher dedicada à família ou ao cuidar do outro, desejada pela sociedade ocidental, naquela época. As questões levantadas a partir dos filmes podem contribuir para uma formação mais ampla e humanística do profissional da saúde e na apropriação da mulher farmacêutica como protagonistas de experimentação de substâncias medicamentosas.

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Biografia do Autor

Lêda Glicério Mendonça, Instituto federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro - IFRJ e Instituto Oswaldo Cruz - IOC/FIOCRUZ

Possui graduação em Farmácia pela Universidade Federal Fluminense (1990) e graduação em Licenciatura plena em Química - PROGRAMA ESPECIAL pela Universidade Salgado de Oliveira (2006). Atualmente é professora de ensino tecnológico do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro-IFRJ. Especialista em Homeopatia pelo Instituto Hahanemanniano do Brasil, Mestra e Doutoranda em Ensino em Biociências e Saúde pelo Instituto Oswaldo Cruz - FIOCRUZ. Aluna de Doutoramento Sanduíche em Estudos Feministas pela Universidade de Coimbra.. Tem experiência na área de Farmácia, com ênfase em Farmácia, atuando principalmente nos seguintes temas: boas práticas de fabricação, estratégias de ensino, ciência e arte, produtos naturais e farmácia, discussão de relações de gênero na Ciência.


Francisco Romão Ferreira, IOC/FIOCRUZ UERJ

Graduado em Ciências Sociais pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro, com mestrado em Artes Visuais pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, doutorado em Ciências pela Escola Nacional de Saúde Pública e pós-doutorado voltado para o ensino de biociêcias na saúde pelo Instituto Oswaldo Cruz. Professor adjunto do Instituto de Nutrição da Universidade Estadual do Rio de Janeiro e professor colaborador do PGEBS (Programa de Pós-Graduação no Ensino de Biociências na Saúde do IOC/FIOCRUZ).

Lúcia de La Rocque, IOC/FIOCRUZ UERJ

Bacharel em Ciências Biológicas (1977) e em Letras (inglês-Literaturas, 1994) pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro. Mestre em Biologia pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (1988) e em Letras (Literatura Comparada) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1997), é Doutora em Ciências pelo Instituto de Biofísica desta última instituição (1995). Realizou pós- doutorado na área de Antropologia, Gênero e Ciência na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2006). Atualmente é Pesquisadora do Instituto Oswaldo Cruz, na Fundação Oswaldo Cruz.

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Publicado

09-10-2016

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Artigos