Os percursos escolares de uma criança com Mielomeningocele e insuficiência renal crônica
DOI:
https://doi.org/10.47385/cadunifoa.v13.n37.1615Palavras-chave:
mielomeningocele, insuficiência renal crônica, educação inclusiva e necessidades especiaisResumo
Pensar no direito à Educação é compreender que crianças e adolescentes com doença crônica, que em seu tratamento demandam horas semanais no ambiente hospitalar no decorrer de suas vidas escolares, poderão apresentar, em algum momento, necessidades educacionais específicas. Buscou-se compreender a trajetória escolar de uma adolescente com mielomeningocele e insuficiência renal crônica delineando os percursos escolares, na escola e no hospital. Neste estudo fenomenológico os dados foram coletados por meio de entrevistas semi-estrururada e registro em caderno de campo. As participantes foram uma adolescente em tratamento hemodiálitico e sua progenitora. Esta pesquisa permitiu identificar necessidades educacionais específicas da adolescente e o fazer pedagógico, em um centro de hemodiálise. As condições objetivas da doença crônica configuraram deficiências que foram diagnosticadas e construídas, pela equipe de saúde, mãe e adolescente, ao longo de seu percurso escolar, evidenciando dificuldades e entraves neste processo. Por outro lado, o olhar durante os atendimentos pedagógico-escolares descortinou novos caminhos que poderiam descontruir a autoimagem da deficiência e da incapacidade de aprender. Pode-se inferir que a doença crônica e seu tratamento não inviabiliza a vida escolar, desde que haja as condições educacionais para criar elos entre o hospital e a escolarização. Destaca-se a atuação pedagógica em centros de hemodiálise e a necessidades de mais pesquisas na área.
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