Lesões autoprovocadas em indígenas residentes no estado do Amazonas, Amazônia brasileira, 2010-2021

Autores

DOI:

https://doi.org/10.47385/cadunifoa.v19.n54.4441

Palavras-chave:

Suicídio, Saúde Indígena, Análise Espacial, Região Amazônica

Resumo

A violência autoprovocada é problema de saúde pública de complexos fatores e causas relacionados entre si, sendo indicativo de tentativa de suicídio. Com base nesta problemática, o presente estudo teve como objetivo analisar as lesões autoprovocadas em indígenas residentes no estado do Amazonas, Amazônia brasileira, de 2010 a 2021. Por meio de estudo ecológico e descritivo, foram gerados mapas temáticos a partir de taxas médias por período de estudo, calculadas por municípios a partir de registros de casos e pela estimativa populacional de indígenas. Correlações estatísticas foram feitas sob teste qui-quadrado, com nível de significância de 5%. Também foram analisados aglomerados espaço-temporais por meio de varredura estatística. Durante o período de estudo, foram observadas 1.164 ocorrências, sendo 2020 o ano com maior quantidade de registros. Foi observado aumento de valores nas taxas médias, com os maiores índices em municípios das partes norte, sudoeste e centro-leste do estado. Houve dois aglomerados próximos entre si, localizados na parte centro-oeste. A violência autoprovocada é questão a ser abordada de forma multidisciplinar, com atuação de diferentes profissionais para maior eficácia das intervenções em saúde, visando a prevenção destes episódios.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Mário Ribeiro Alves, Doutorado em Epidemiologia em Saúde Pública / UERJ

Possui Graduação em Geografia pela Universidade Federal Fluminense, Mestrado em Epidemiologia em Saúde Pública pela Fundação Oswaldo Cruz, Doutorado em Epidemiologia em Saúde Pública pela Fundação Oswaldo Cruz e Pós-Doutorado em Saúde Coletiva pela Universidade Federal de Mato Grosso. Atualmente, realiza estágio de Pós-Doutorado na Faculdade de Enfermagem da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, com ênfase em Enfermagem em Saúde Coletiva. Tem experiência na área de Saúde Coletiva, atuando principalmente nos seguintes temas: Epidemiologia, Análise Espacial, Determinantes Sociais da Saúde, Iniquidades em Saúde, Dinâmica Socioambiental de Doenças Transmissíveis, Agravos Não-Transmissíveis e Ecologia Humana.

Referências

ALVES, M. R. Acidentes de Trânsito em Mato Grosso: comparação entre indígenas e não-indígenas (2007-2022). Revista Interciência – IMES Catanduva, 1 (9): 27-36, 2022. 2022a.

ALVES, M. R. Subnotificação de acidentes de trânsito em indígenas residentes em Rondônia, Amazônia ocidental brasileira: análise no espaço e no tempo (2008-2022). RESU – Revista Educação em Saúde, 10 (2):84-94, 2022. 2022b. DOI: https://doi.org/10.37951/2358-9868.2022v10i2.p84-94

ALVES, M. R.; ATANAKA, M. Análise da situação epidemiológica da tuberculose em indígenas do estado de Mato Grosso, Amazônia, Brasil (2001-2020). Revista Univap, 28 (57): 1-15, 2022. DOI: https://doi.org/10.18066/revistaunivap.v28i57.2685

ARAGÃO, C. M. C.; MASCARENHAS, M. D. M. Tendência temporal das notificações de lesão autoprovocada em adolescentes no ambiente escolar, Brasil, 2011-2018. Epidemiologia e Serviços de Saúde, v. 31, n. 1, e2021820, 2022. DOI: https://doi.org/10.1590/s1679-49742022000100028

ARRUDA, L. E. S. et al. Lesões autoprovocadas entre adolescentes em um estado do nordeste do Brasil no período de 2013 a 2017. Brazilian Journal of Health Review, v. 4, n. 1, p. 105-118, 2021. DOI: https://doi.org/10.34119/bjhrv4n1-011

AVANCI, J. Q.; PINTO, L. W.; ASSIS, S. G. Notificações, internações e mortes por lesões autoprovocadas em crianças nos sistemas nacionais de saúde do Brasil. Ciência & Saúde Coletiva, v. 26, Supl. 3, p. 4895-4908, 2021. DOI: https://doi.org/10.1590/1413-812320212611.3.35202019

BAHIA, C. A. et al. Lesão autoprovocada em todos os ciclos da vida: perfil das vítimas em serviços de urgência e emergência de capitais do Brasil. Ciência & Saúde Coletiva, v. 22, n. 9, p. 2841-2850, 2017. DOI: https://doi.org/10.1590/1413-81232017229.12242017

BAHIA, C. A. et al. Notificações e internações por lesão autoprovocada em adolescentes no Brasil, 2007-2016. Epidemiologia e Serviços de Saúde, v. 29, n. 2, e2019060, 2020. DOI: https://doi.org/10.5123/S1679-49742020000200006

BARUZZI, R. G. et al. Saúde e doença em índios Panará (Kreen-Akarôre) após vinte e cinco anos de contato com o nosso mundo, com ênfase na ocorrência de tuberculose (Brasil Central). Cadernos de Saúde Pública, v. 17, n. 2, p. 407-412, 2001. DOI: https://doi.org/10.1590/S0102-311X2001000200015

BRASIL. Ministério da Saúde. Fundação Nacional de Saúde (FUNASA). 2002. Política nacional de atenção à saúde dos povos indígenas - 2ª edição. Brasília.

BRASIL. Ministério da Saúde. Fundação Oswaldo Cruz. Saúde mental e atenção psicossocial na pandemia COVID-19. Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 2020.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância de Doenças e Agravos Não-Transmissíveis e Promoção da Saúde. Viva: instrutivo notificação de violência interpessoal e autoprovocada. 2ª edição – Brasília : Ministério da Saúde, 2016.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Disponível em: http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/deftohtm.exe?sinannet/cnv/violemg.def. Acessado em 30/03/2023. 2023.

COUTO, R. C. S. Saúde e ambiente na Amazônia brasileira. Novos Cadernos NAEA, v. 23, n. 3, p. 167-178, 2020. DOI: https://doi.org/10.5801/ncn.v23i3.7280

EL KADRI, M. R. et al. Curso em saúde mental no contexto da Covid-19 com povos indígenas por meio de ensino remoto. Trabalho, Educação e Saúde, v. 20, e00333164, p. 1-12, 2022. DOI: https://doi.org/10.1590/1981-7746-sol00333

ESCOBAR, A. L. et al. Tuberculose em populações indígenas de Rondônia, Amazônia, Brasil. Cadernos de Saúde Pública, v. 17, n. 2, p. 285-298, 2001. DOI: https://doi.org/10.1590/S0102-311X2001000200004

FAÇANHA, M. C. et al. Hanseníase: subnotificação de casos em Fortaleza – Ceará, Brasil. Anais Brasileiros de Dermatologia, 81, (4): 329-336, 2006. DOI: https://doi.org/10.1590/S0365-05962006000400004

FERNANDES, F. Y. et al. Tendência de suicídio em adolescentes brasileiros entre 1997 e 2016. Epidemiologia e Serviços de Saúde, v. 29, n. 4, e2020117, 2020. DOI: https://doi.org/10.1590/s1679-49742020000400025

FUNAI. Fundação Nacional do Índio. Áreas dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas. Acessado em 30/03/2023. Disponível em: http://geoserver.funai.gov.br:80/geoserver/Funai/ows?service=WFS&version=1.0.0&request=GetFeature&typeName=Funai:areas_dsei&outputFormat=SHAPE-ZIP. 2023a

FUNAI. Fundação Nacional do Índio. Sedes dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas. Acessado em 30/03/2023. Disponível em: http://geoserver.funai.gov.br:80/geoserver/Funai/ows?service=WFS&version=1.0.0&request=GetFeature&typeName=Funai:sede_dsei&outputFormat=SHAPE-ZIP. 2023b.

GARZONI, E. C.; BETHONICO, M. B. M. Região e etnorregião – um olhar a partir da realidade dos povos indígenas de Roraima, Brasil. Caderno de Geografia, 29 (Número Especial 2): 172-189, 2019. DOI: https://doi.org/10.5752/P.2318-2962.2019v29n2p172-189

GUIMARÃES, L. A. M.; GRUBITS, S. Alcoolismo e violência em etnias indígenas: uma visão crítica da situação brasileira. Psicologia & Sociedade, v. 19, n. 1, p 45-51, 2007. DOI: https://doi.org/10.1590/S0102-71822007000100007

HÖKERBERG, Y. H. M.; DUCHIADE, M. P.; BARCELLOS, C. Organização e qualidade da assistência à saúde dos índios Kaingáng do Rio Grande do Sul, Brasil. Cadernos de Saúde Pública, v. 17, n. 2, p. 261-272, 2001. DOI: https://doi.org/10.1590/S0102-311X2001000200002

HORTA, B. L. et al. Nutritional status of indigenous children: findings from the First National Survey of Indigenous People’s Health and Nutrition in Brazil. International Journal for Equity in Health, v. 12, n. 23, 2013. DOI: https://doi.org/10.1186/1475-9276-12-23

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 2012. Censo Brasileiro de 2010. Rio de Janeiro: IBGE, 2012a.

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 2012. Os indígenas no Censo Demográfico 2010: primeiras considerações com base no quesito cor ou raça. Censo 2010. Rio de Janeiro: IBGE, 2012b.

KRUG, E. G. et al. World report on violence and health. World Health Organization. Geneva, 2002. DOI: https://doi.org/10.1016/S0140-6736(02)11133-0

MASHFORD-PRINGLE, A. et al.. What we heard: Indigenous Peoples and COVID-19. Supplementary report of the Chief Public Health Officer of Canada. Ottawa : Public Health Agency of Canada, 2021.

MONDARDO, M. Povos indígenas e comunidades tradicionais em tempos de pandemia da COVID-19 no Brasil: estratégias de luta e r-esistência. Finisterra, v. 115, p. 81-88, 2020.

MONTEIRO, R. A. et al. Hospitalizações relacionadas a lesões autoprovocadas intencionalmente – Brasil, 2002 a 2013. Ciência & Saúde Coletiva, v. 20, n. 3, p. 689-700, 2015.

OLIVEIRA, U. et al. Modelagem da vulnerabilidade dos povos indígenas no Brasil ao covid-19. ISA – Instituto Socioambiental : 2020.

ORELLANA, J. D. Y. et al. Mortalidade por Suicídio: um enfoque em municípios com alta proporção de população autodeclarada indígena no Estado do Amazonas, Brasil. Revista Brasileira de Epidemiologia, v. 16, n. 3, p. 658-669, 2013.

PEREIRA, P. P. S.; OTT, A. M. T. O processo de alcoolização entre os Tenharim das aldeias do rio Marmelos, AM, Brasil. Interface – Comunicação, Saúde, Educação, v. 16, n. 43, p. 957-966, 2012. DOI: https://doi.org/10.1590/S1414-32832012005000055

PINTO, I. V. et al. Adolescências feridas: retrato das violências com arma de fogo notificadas no Brasil. Revista Brasileira de Epidemiologia, v. 23, E200002, Supl.1, 2020. DOI: https://doi.org/10.1590/1980-549720200002.supl.1

QUEIROZ, S. B.; JUNIOR, I. F. Repertório discursivo valorativo eugênico reverberando para o descredenciamento da presença obrigatória das temáticas relativas à saúde indígena nos cursos da saúde na contemporaneidade. Anais X Seminário Nacional do Centro de Memória-Unicamp – Independência ou Morte? Memórias do Brasil (1822-2022). Campinas. Unicamp, 2021.

RAPOZO, P. Necropolitics, State of Exception and Violence against indigenous people in the Amazon Region during the Bolsonaro administration. Brazilian Political Science Review, v. 15, n. 2, e0002, p. 1-25, 2021. DOI: https://doi.org/10.1590/1981-3821202100020003

RODRIGUES, M. F. et al. Comportamento suicida: o perfil epidemiológico das lesões autoprovocadas no estado de Goiás. Revista Científica da Escola Estadual de Saúde Pública Goiás “Cândido Santiago”, v. 6, n. 2, e600003, 2020. DOI: https://doi.org/10.22491/2447-3405.2020.V6N2.600003

SOBRAL, F. B. Por uma atenção diferenciada em Saúde Indígena. RECIMA21 – Revista Científica Multidisciplinar, v. 3, n. 4, p. 1-11, 2022. DOI: https://doi.org/10.47820/recima21.v3i4.1369

SOUZA, M. L. P.; ONETY JÚNIOR, R. T. S. Caracterização da mortalidade por suicídio entre indígenas e não indígenas em Roraima, Brasil, 2009-2013. Epidemiologia e Serviços de Saúde, v. 26, n. 4, p. 887-893, 2017. DOI: https://doi.org/10.5123/S1679-49742017000400019

VICTAL, V. J. R. C. et al. Suicício e povos indígenas no Brasil. Interface Científica - Saúde e Ambiente, v. 7, n. 3, p. 49-60, 2019. DOI: https://doi.org/10.17564/2316-3798.2019v7n3p49-60

WANZINACK, C. et al. Indigenous homicide in Brazil: geospatial mapping and secondary data analysis (2010 to 2014. Ciência & Saúde Coletiva, v. 24, n. 7, p. 2637-2648, 2019. DOI: https://doi.org/10.1590/1413-81232018247.23442017

Downloads

Publicado

11-03-2024

Como Citar

RIBEIRO ALVES, Mário. Lesões autoprovocadas em indígenas residentes no estado do Amazonas, Amazônia brasileira, 2010-2021. Cadernos UniFOA, Volta Redonda, v. 19, n. 54, 2024. DOI: 10.47385/cadunifoa.v19.n54.4441. Disponível em: https://revistas.unifoa.edu.br/cadernos/article/view/4441. Acesso em: 27 abr. 2024.

Edição

Seção

Ciências Biológicas e da Saúde

Artigos Semelhantes

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.