Distanciamento da ciência

nutrição e sua linguagem religiosa

Autores

DOI:

https://doi.org/10.47385/cadunifoa.v19.n54.5054

Palavras-chave:

Biopolítica, Nutricionismo, Nutrição

Resumo

Este trabalho teve por objetivo propor como questão norteadora que a linguagem utilizada por nutricionistas em sua pratica clínica para se referirem à prescrição dietética, sobretudo quando se trata de emagrecimento, é carregada por uma lógica semelhante à da encontrada nas religiões, nas quais se encontram a lógica de relacionamento com seres superiores e/ou anteriores(personificados ou não) por meio de atribuições, recompensas e castigos. Este estudo foi um ensaio teórico. A abordagem da dieta, feita por nutricionistas, que a assemelha a uma via de disciplina, isto é, negação dos prazeres, mortificação dos desejos e auto-controle, em busca de uma suposta redenção pessoal, promoção ontológica, acesso a uma nova vida, caráter de cunho subjetivo que a nutrição supostamente oferece, é semelhante à lógica de operacionalização do divino encontrada em religiões, e o nutricionista cumpre o papel de sacerdote neste processo.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Bruno Menezes Jordão, Centro Universitário Volta Redonda

Graduado em Nutrição pelo Centro Universitário de Volta Redonda.

Especialista em Segurança Alimentar e Nutricional pela Unesp.

Alden dos Santos Neves, Centro Universitário de Volta Redonda

Coordenador e professor do curso de Nutrição do Centro Universitário de Volta Redonda

André Luis de Oliveira Mendonça, Universidade Estadual do Rio de Janeiro

Professor e orientador no Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva do Instituto de Medicina Social da UERJ e no Programa de Pós-graduação em Bioética, Ética Aplicada e Saúde Coletiva, além de estar coordenador do grupo de estudos Quilombo Amefricano.

Referências

ALMEIDA, Manuel Antônio de. Memórias de um sargento de milícias. 2ª. ed. Barueri São Paulo: Ciranda Cultural, 2017.

ANGELL, M. A verdade sobre os laboratórios farmacêuticos. Tradução de Waldéa Barcellos. 5º. ed. Rio de Janeiro: Record, 2010.

BARRETO, Lima. Triste fim de Policarpo Quaresma. 2ª. ed. Barueri São Paulo: Ciranda Cultural, 2017. DOI: https://doi.org/10.56814/lel.v2i2.472

BENJAMIN, Walter. O capitalismo como religião. Org. Michael Löwy. Tradução Nélio Schneider. 1 ed. São Paulo: Boitempo, 2013.

BERGER, Peter L. O dossel sagrado: elementos para uma teoria sociológica da religião. Organização Luiz Roberto Benedetti; tradução José Carlos Barcellos J. - São Paulo: Ed. Paulinas, 1985.

Bíblia Sagrada. Traduzida por João Ferreira de Almeida. Revista e Atualizada no Brasil. 2ª ed. Barueri São Paulo: Sociedade Bíblica do Brasil, 2015.

BRASIL. Lei Nº 8.234 de 17 de setembro de 1991. Regulamenta a profissão de Nutricionista. Diário Oficial da União (República Federativa do Brasil).

CAMARGO JUNIOR, K.R. As armadilhas da "concepção positiva de saúde. Physis, Rio de Janeiro, v. 17, n. 1, 2007. DOI: https://doi.org/10.1590/S0103-73312007000100005

CODO, W. SENNE, W. A. O que é corpolatria? São Paulo: Brasiliense, 2004.

CONSELHO FEDERAL DE NUTRIÇÃO (CFN). Lei n. 8234 de 17 de setembro de 1991. Brasília. 2012.

COSTA, M. F.; CARVALHO, M. C. V. S. ; PRADO, S. D. ; FERREIRA, F. R. . Dietas da moda: o feiticeiro, a magia e sua eficácia.. In: PRADO, S.D.; KRAEMER, F.B.; SEIXAS, C.M.; FREITAS, R. F.. (Org.). Alimentação e Consumo de Tecnologias: a multiplicidade nos contextos sociais.. 1ed.Curitiba: CRV, 2015, v. 4, p. 327-348

DERRIDA, Jacques; VATTIMO, Gianni (Org.). A religião: o seminário de Capri. São Paulo: Estação Liberdade, 2000.

ELIADE, M. O sagrado e o profano: a essência das religiões. São Paulo: Martins Fontes, 2001.

F.A.G., VASCONCELOS. O nutricionista no Brasil: uma análise histórica. Rev. Nutr., Campinas, 15(2):127-138, maio/ago., 2002. DOI: https://doi.org/10.1590/S1415-52732002000200001

KUHN, Thomas S. A estrutura das revoluções científicas. 2. ed. Tradução Beatriz Vianna Boeira e Nelson Boeira. São Paulo: Perspectiva. 1987.

LACEY, M. H. O princípio de precaução e autonomia da ciência. scientiæ studia, São Paulo, v. 4, n. 3, p. 373-92, 2006. DOI: https://doi.org/10.1590/S1678-31662006000300003

MADURO, Otto. Religião e Luta de Classes. 2. ed. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 1983.

MATOS, Keyte Santos, ZOBOLI, Fábio e MEZZAROBA, Cristiano. O Corpo Obeso: um corpo deficiente? Considerações a partir da mídia. Disponível em: http://www.labomidia.ufsc.br/index.php/acesso-aberto/publicacoes/publicacoes-2012/doc_details/21-o-corpo-obeso-um-corpo-deficiente?tmpl=component. Acessado em 12 de setembro de 2020.

MATTOS, R. da S. Sou gordo, sou anormal? Arquivos em Movimento, v.3, n.2, jul./dez. 2007.

MISKOLCI, R. Corpos elétricos: do assujeitamento à estética da existência. Estudos Feministas. Florianópolis, v.14, n.3, set./dez., p. 272-281. 2006. DOI: https://doi.org/10.1590/S0104-026X2006000300006

ROSSI, Paolo. Comer: necessidade, desejo, obsessão. Tradução de Ivan Esperança Rocha. São Paulo: Editora da UNESP, 2011, pag. 35-151.

SHAPIN, Steven. You are what you eat. Historical Research, vol. 87, no. 237. August 2014. DOI: https://doi.org/10.1111/1468-2281.12059

VASCONCELOS, F. de A. G. de: Fome, eugenia e constituição do campo da nutrição em Pernambuco: uma análise de Gilberto Freyre, Josué de Castro e Nelson Chaves. História, Ciências, Saúde — Manguinhos, vol. VIII(2): 315-39, jul.-ago. 2001. DOI: https://doi.org/10.1590/S0104-59702001000300002

Downloads

Publicado

05-08-2024

Como Citar

MENEZES JORDÃO, Bruno; DOS SANTOS NEVES, Alden; DE OLIVEIRA MENDONÇA, André Luis. Distanciamento da ciência: nutrição e sua linguagem religiosa. Cadernos UniFOA, Volta Redonda, v. 19, n. 54, 2024. DOI: 10.47385/cadunifoa.v19.n54.5054. Disponível em: https://revistas.unifoa.edu.br/cadernos/article/view/5054. Acesso em: 23 nov. 2024.

Edição

Seção

Ciências Sociais Aplicadas e Humanas

Artigos Semelhantes

<< < 1 2 3 4 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)