Para comer, para beber ou para remédio? Categorias de Uso múltiplo em Etnobotânica.

Autores

  • Odara Horta Boscolo universidade federal fluminense

DOI:

https://doi.org/10.47385/cadunifoa.v8.n1%20(Esp.).78

Palavras-chave:

Conhecimento tradicional, Comunidades tradicionais, Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba, Plantas Medicinais.

Resumo

A utilização de plantas combina uma série de fatores, mostrando a interdependência entre o homem biológico, social e cultural. Dessa forma, as relações entre o homem e o meio ambiente são estabelecidas. Estudos etnobotânicos enfrentam a difícil tarefa de organizar as informações e observações do uso de plantas por comunidades locais em categorias com base nas referências culturais das próprias comunidades. Durante este processo, uma linha tênue é desenhada entre a categoria medicinal e a alimentícia. Para algumas comunidades, no entanto, esta distinção, simplesmente não existe. O objetivo deste trabalho é registrar quais plantas são usadas como alimentos e remédios, ao mesmo tempo, por entrevistados selecionados no Município de Quissamã, para averiguar esta dualidade. No total, 39 espécies de plantas foram encontradas, pertencentes a 23 famílias botânicas, sendo que Myrtaceae (5 espécies), Cucurbitaceae (4 espécies) e Solanaceae (4 espécies) as mais representativas. A ambiguidade das utilizações para fins alimentícios e medicinais mostra a complexidade das categorias nativas. Apesar dos avanços científicos, essas categorias, que fazem parte das estruturas de crenças e representações da população local, não desaparecem. Esta pesquisa exemplifica de forma prática como é obscura a inserção das informações êmicas em categorias e atenta para diálogo maior entre as diversas disciplinas que formam o arcabouço da etnobotânica.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ALCORN, J. B. The scope and aims of ethnobotany in a developing world. In: SCHULTES, R.E.; REIS, S. VON. (Eds.) Ethnobotany: evolution of a discipline. Portland: Dioscorides Press, 1995. p. 23-39.

ALEXIADES, M. N. Selected guidelines for ethnobotanical research: a field manual. Bronx: The New York Botanical Garden, 1996.

BAILEY, K. Methods of social research. New York: The Free Press, 1994.

BALÉE, W.; MOORE, D. Similarity and variation in plant names in five Tupi Guarani languages (Eastern Amazonia). Bulletin of the Florida Museum of Natural History, v. 35, n. 4, p. 209-262, 1991.

BOSCOLO, O. H. Estudos Etnobotânicos no Município de Quissamã, RJ. 2003. Dissertação (Mestrado em Botânica). Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2003.

CÂNDIDO, L. M. B.; CAMPOS, A. M. Alimentos funcionais. Uma revisão. Boletim da Sociedade Brasileira da Ciência e Tecnologia de Alimentos, v. 29, n. 2, p. 193-203, 2005.

CARVALHO, M. S.; SANTANA, M. D.; SILVA, A. D.; BISPO, S. Análise da flora medicinal do campus – UBM. Estudos de Biologia, n. 23, p. 4-42, 2001.

CLOTET J. O consentimento informado nos Comitês de Ética em pesquisa e na prática médica: conceituação, origens e atualidade. Bioética, v. 3, n. 1, p. 51-59, 1995.

OLFIELD, M. L.; ALCORN, J. B. Biodiversity: culture, conservation and ecodevelopment. Boulder: Westview Press, 1991.

REA, L. M.; PARKER, R. A. Metodologia de Pesquisa: do planejamento à execução. São

Paulo: Editora Pioneira, 2000.

SCHULTES, R. E.; REIS, S. V. (eds.) Ethnobotany: evolution of a discipline. Cambridge: Timber Press, 1995.

STALCUP, M. M. Plantas de Uso Medicinal ou Ritual Numa Feira Livre no Rio de Janeiro, Brasil. Dissertação (Mestrado em Botânica). Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2000.

TUXILL, J.; NABHAN, G.P. Plantas, comunidades y áreas protegidas: una guía para El manejo in situ. Pueblos y plantas . Manual de conservacion. Montevidéu: Editora Nordan Comunidad, 2001.

VARGAS, S. C.; RÍOS, P. J. Etnobotanica medicinal de Quimixtlan, Puebla. Revista Cubana de Plantas Medicinales, v. 22, n. 8, p. 65-87, 1990.

XOLOCOTZI, E. H. El concepto de Etnobotânica. In: SIMPOSIO DE ETNOBOTANICA, 1992, Cidade de México. Memórias Del., Cidade de México, p. 12-17, 1982.

WAIZEL, J. B. Panorama del projecto botanica medica de la escuela nacional de medicina y homeopatia. Revista Cubana de Plantas Medicinales, v. 13, n. 17, p. 34-41, 1990.

ZONEAMENTO AGROECOLÓGICO DA RESTINGA: Contribuição ao plano diretor de ocupação, Estudos do Meio Biótico. Prefeitura Municipal de Quissamã, Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente, Coletivo Interdisciplinar de Consultores CIC, 1994.

Downloads

Publicado

20-05-2013

Como Citar

BOSCOLO, Odara Horta. Para comer, para beber ou para remédio? Categorias de Uso múltiplo em Etnobotânica. Cadernos UniFOA, Volta Redonda, v. 8, n. 1 (Esp.), p. 61–67, 2013. DOI: 10.47385/cadunifoa.v8.n1 (Esp.).78. Disponível em: https://revistas.unifoa.edu.br/cadernos/article/view/78. Acesso em: 26 dez. 2024.

Edição

Seção

Ciências Biológicas e da Saúde

Artigos Semelhantes

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.