Olhares de obstetras e pediatras sobre a anencefalia em Volta Redonda-RJ
Keywords:
anencefalia, má-formação fetal, ausência de encéfaloAbstract
A anencefalia é uma malformação congênita de aspecto multifatorial, que decorre da falência da fusão do tubo neural, caracterizando-se pela ausência total ou parcial do encéfalo e da calota craniana. O diagnóstico desta malformação, pode ser feito a partir de 12 semanas, através de equipamentos modernos de ultrassonografia (US) e/ ou ressonância nuclear magnética (RNM). Por se tratar de uma malformação incompatível com a vida, fato que nos levou a analisar a atitude, o grau de informação que médicos obstetras e pediatras possam ter diante deste caso. Foram analisadas as opiniões de 63 médicos de Volta Redonda, entre os meses de abril à junho de 2008. Sendo que 28 eram médicos obstetras e 35 eram médicos pediatras. Foi aplicado um método estruturado (questionário) enfocando o grau de informação sobre o assunto, os procedimentos médicos realizados, o exame diagnóstico mais solicitado e o esclarecimento da malformação para a família. O trabalho seguiu as normas éticas da Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde, via avaliação pelo Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos institucional. A maior adesão a pesquisa deu-se por parte dos médicos pediatras. No universo de 63(100%) pessoas, 26(40,87%) elegeram a RNM, 24(37,71%) o US e apenas 13(21,42%) escolheram RX fetal como primeiro exame diagnóstico. Em relação a adesão as manobras de reanimação executadas no anencéfalo 19(67,85%) dos obstetras e 24(65,71%) dos pediatras a fazem. As manobras de reanimação realizadas na sala de parto evidenciam a preocupação dos médicos em relação a preservação da vida, mesmo sendo a anencefalia uma malformação incompatível com a mesma. O US e a RNM estão em primeiro plano como diagnóstico comprobatório. O presente estudo mostrou que a ultrassonografia é um exame de baixo custo e de fácil acesso por parte da população, sendo capaz de diagnosticar com precisão a anencefalia. Porém a maioria dos obstetras pesquisados preferem a ressonância nuclear magnética como exame de diagnóstico. Ficou evidenciado que o direito pela vida está em primeiro plano, sobrepondo qualquer outra forma de atuação.
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